terça-feira, 27 de setembro de 2016

Num dos últimos artigos falei da inauguração de uma escola em Cambeses e do que isso representará para a sua qualidade de vida.

E agora, neste novo espaço, vou tentar falar de um passado que, não sendo muito remoto é, de certo modo, um passado já longínquo. Um passado em que Cambeses, por ser concelho rural e couto de homiziados era uma terra com alguma importância.

Mas, ao focar este espeto, não vou aqui mencionar o poder político e administrativo que, possivelmente, os senhores do Couto teriam, nem tão pouco falar dos bens materiais que consequentemente guardariam dentro dessas vetustas paredes da grande casa que foi a Casa do Paço.

Vou, isso sim, falar da sua escola e do que, para Cambeses representava o privilégio de ter sido das primeiras localidades a ter ensino oficial. Para se avaliar dessa importância, bastará referir que, no século XVIII, raras eram as freguesias rurais que tinham condições para os seus habitantes aprenderem as primeiras letras. E até mesmo a então vila de Barcelos, que sempre fora terra importante, tinha, no início de 1700, apenas uma cadeira de primeiras letras, cujo mestre era pago através dos cofres da Câmara.

É possível que, antes de a Câmara de Barcelos cuidar da instrução pública, tenha havido, em Cambeses, ensino particular, como era de tradição em algumas freguesias rurais. Mas, quanto a este aspeto, temos de nos quedar pelas simples suposições, já que não nos foi possível obter mais esclarecimentos a este respeito.

Uma coisa, porém, é certa: a instrução teve um lugar muito importante em Cambeses e teve-o porque aqueles que estavam à frente dos destinos desta terra se empenharam em obter, para ela, esse benefício, no intuito de melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes.

Porque se ninguém duvida que a instrução é um dos aspectos mais importantes da qualidade de vida em qualquer terra, em Cambeses também terá forçosamente de o ser.

Crónica publicada no Jornal de Barcelos de 5-3-1992

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