segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Falou-se já aqui, por mais de uma vez, na qualidade de vida, no que diz respeito à instrução em Cambeses, no passado, aspeto este bastante positivo, mesmo quando Cambeses, em consequência das leis que extinguiram os coutos, sofreu grandes transformações administrativas.

Mas se Cambeses, com a revolução liberal, perdeu o seu poderio, ao perder as prerrogativas de couto de homiziados e concelho rural, não perdeu o privilégio de ter uma escola das primeiras letras, pois a Câmara de Barcelos chamou a si os encargos com a instrução nesta freguesia, já que a integração dos coutos na alçada das câmaras municipais possibilitou a penetração do poder concelhio urbano no mundo rural.

Dos velhos professores que Cambeses teve, o primeiro nome que se conhece é de um tal José Venceslau Sequeira Vilaça, em 1839. Residia em Ruilhe e, por carta régia de vinte e quatro de Outubro de mil oitocentos e cinquenta e três, é nomeado professor de instrução pública, para a escola de Cambeses, ficando a cargo da Câmara Municipal de Barcelos as despesas com esta nomeação. Em 1862 é ainda professor desta freguesia.

De outros que se lhe seguiram, quero salientar aqui um nome que me foi fornecido por um venerável ancião desta freguesia, Camilo Gomes de Sá, que dedicou os últimos anos da sua vida a registar por escrito testemunhos e memórias várias, apontamentos preciosos, não só pelo amor que aí se demonstra por Cambeses, mas também porque alguns deles são testemunhos valiosos.

E é assim que num deles fala de um professor que, muito jovem ainda, veio para Cambeses, por volta de 1870. Chamava-se João Martins Maciel, casou com uma rapariga da freguesia e aqui leccionou até ao fim dos seus dias.



Este professor teve a particularidade de ter introduzido em Cambeses o uso do arado de ferro, o que veio contribuir para melhorar a qualidade de vida em Cambeses.

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