segunda-feira, 22 de maio de 2017

Como um rio, a vida


Águas revoltas, céu de Janeiro.
Estrelas velidas, prenúncios de sorte...

Águas azuis por entre os salgueiros
Correndo ledas, correndo vão...

Plenilúnio. Erva cidreira.
Rosa de Agosto por sobre as águas.
Rio profundo, águas passadas...
Rio de vida, anelos, desvelos,
Que a vida insiste. E a rosa 'inda existe
Nos cabelos..

Crepitam secas, folhas de Outono,
Ao vento se dão e lá vão tão sós...

Acenos, presságios, fundos suspiros.
Pontes caídas.
Mais largas as margens
Mais perto
A foz.

(Inédito - Maio de 98)

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